sexta-feira, 15 de abril de 2011

Octópode desilusão


















Morder-te-ei

Beijar-te-ei

Tomar-te-ei nos flamejantes braços da luxúria.


Conquistar-te-ei com minhas heróicas fraquezas de sentimentos infantis.

Mostrar-te-ei o lânguido peito onde palpita um aspirante a coração.

Esperando estarei até que sua fronte repouse entregue sobre esta caixa de ardentes segredos.


Aguardando esperarei,

Desperto aguardarei,

Sofrendo despertarei.


Para então saber que o sofrível ato de ser movido pelas ondas raivosas dos sentimentos,

São revoltas revoltosas de um oceano inerte que pelo invisível se comove.

E a verdade é que o que não se vê, não se tem.


Inicia o fio de esperança seu curso venenoso do ventre do destino.

Saúdam aquelas ágeis patas a débil transparência, os cordões de uma pseudo-felicidade.

E em libertinos sonhos adentramos, incautos, fadados a seu gosto.

Guerreando pela libertação, pensamentos de tom esmeralda tentam em vão combater a desventura anunciada.

Esvai-se a pretensão à vida.

As quelíceras do porvir devoram nossa carne.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Baile do inconsciente


Sobreviver eterno no vortex do passado,
com embotamento os pássaros anunciavam:
- Alvoradas de papel crepom.
Só conhecia lágrimas emudecidas,
influência de seus cantos fúnebres.
Pois através da versada beleza do dia
Sons do inferno sobrepujavam ao e no fundo.
Dispostos a demonizá-lo,
também percorria sulcos e nervuras de uma folha em branco
a canção já esquecida.
É... os socos surdos de um peito em dor
não havia acolhido nenhuma cidade daquele tango.

sábado, 14 de agosto de 2010

Uma saga pós 13/08




Sexta-feira, depois de mais um dia inteiro com a bunda chapada na cadeira revisando minha amada tese, resolvi dar a corridinha q tá arrancando a vida sedentária de meu ser. Sim, estou deixando de ser sedentário graças a Podrunner Intervals.

Temos alguma vantagem de morar no fim do mundo. Uma delas é ter uma modesta academia no condomínio que conta com 3 esteiras da marca Rebook. Uma está em pé, com um papel "Em Manutenção" já há alguns meses. A outra teve um problema de junta e não arreia de jeito nenhum a merda da inclinação. A terceira é a melhor, reguladinha, e tem sido minha companheira nas últimas 6 semanas.

Chegando com animação e ouvindo Dj Steve Boy me dizendo que correria um non-stop running de 25 min a 141 bpm, me deparei com uma gostosa que corria na minha esteira. Morena, cintura, traseiro, mas uma face não muito privilegiada estava a 8km/h sem previsão pra acabar sua corridinha.

Desta feita parti para prima desregulada. Como já relatei, estou tirando o sedentarismo, e qualquer elevação, tilt, ou qualquer merda destas destroem a auto-estima construída a duras penas.

Não completei o circuito, me frustrei, suei igual um bode velho, e provável q tenha tido uma leve hipertermia.

A gostosa continuava em seu ritmo, incólume...

Fui pra sessão de abdominais, sim, isso também tá no pacote. Me matei mais um pouco, abusando da falta de água que minha boca acusava.

Logo a dona saiu, e pude voltar para minha querida esteira achando que completaria o circuito. Não consegui. Saí puto, morto, e desgastado.

Voltei pra casa, tomei banho, arrumei e perfumei pro Coral Jovem do Rio, um ótimo passeio de sexta feira depois de uma semana cú...

Comi, sentei no sofá, brinquei com as cachorras, zuei minha irmã, agradeci o alimento...

Então começou...

Uma dor pelo corpo que iniciava da ponta minúscula do dedo do pé até o cucuruco da cabeça.

Achei estranho aquilo... recostei no sofá meio tenso... relatando de maneira dramática às duas mulheres da minha família q me zuavam, me chamando de molenga, exagerado...

Fui pra cama...

Comecei a me debater, tremedeira, calafrios.

Tomei um paracetamol, q provavelmente era daqueles lotes que contêm talco como princípio ativo.

Parecia q tava tomando una surra de alguma dimensão espiritual.

A febre começou a subir 37 e pouco na primeira medida...

Enviei torpedos pros amigos médicos perguntando sobre dengue e medicamentes, e depois de duas respostas díspares resolvi tomar uma dipirona...

Tremedeira, calafrio, gemendo drasticamente, Luna e Branca, as cachorras, como únicas testemunhas...

38,3º

A cena cotinuou, e agora minha mãe e irmã já preocupadas vinham tentando acurdir... pegando casaco, edredon, meia pro moribundo que quase não conseguia falar.

39º

De repente, como um milagre a tremedeira parou. Achei interessante aquilo... A dor também foi dissipada... e uma alegria preencheu meu coração...

Coração quente, pq a frebre não foi embora.

Mas... voltou apetite, disposição, jeito brincalhão com toda a família... e quente. Provável que o excesso de bom humor era derivado de superaquecimento cerebral, só agora percebo isto.

Em 4 horas, do céu ao inferno e de volta ao céu.

Dormi bem, porém fui acordado de madrugada com mais febre... frio do cacete, calafrio, mais dipirona pra dentro...

Acordei com o relógio dizendo que era hora pra casa de oração, mas o ignorei, me sentindo quebrado, moído.

Ao levantar com gosto de doença na boca e uma indisposição gigante, meus pais começaram a falar e falar: tem q ir no médico, tem q ir no médico, tem q ir no médico...

Não queria, sabia q era uma zica virótica dos trópicos ou simplesmente uma falência pelo estresse vivido das últimas semanas...

Acatei os argumentos dramáticos, uma característica familiar, como a seguinte frase do meu pai "é assim que muitas pessoas morrem".

Partimos pro Silvestre, o hospital da nossa gente...

Pegamos o golzinho e depois de um debate sobre qual melodia iria nos acompanhar, escolhermos Handel e seu Messias para agradar os ouvidos.

Seu gomes do nascimento, conhecedor de caminhos afirmara sem pestanejar, o melhor caminho para Silvestre é pegar a Gomes Freire ao lado da Praça Tiradentes...

Amigo que me acompanha até aqui, eu moro em Jacarepaguá. Ponto.

Depois de duas horas pra pegar a Gomes Freire dado diversos bloqueios e excessos de veículos em um sábado cinzento, o que só ajudava no meu humor, subimos a rua pro Silvestre. Depois de inúmeras ladeiras, bonde, gringos e maconheiros, chegamos a um bloqueio. A estrada estava simplesmente fechada.

A cantata do Messias de Handel já tinha matado Jesus, pra ter noção da demora...

Pra chegar no destino necessitava descer pela Rua Alice e acessar via Cosme Velho. Desisti da merda do hospital, já tava me sentindo bem... e, de novo sob a liderança do patriarca, que agora queria pegar atalho para o retorno, escolheu uma ladeira qualquer que daria para o Rio Comprido sob olhares atentos e companhia da comunidade do Prazeres.

Ele adora passar em bueiros, eu não sei pq. Parece q escolhe sempre enfiar a roda nos buracos premeditados pela prefeitura.

De repente, depois de mais um buraco que consumiu alguns dias úteis da suspensão do meu velho carro, um barulho estranho provocou uma troca de olhares entre nós e após uma discussão e fatos sonoros, a conclusão: pneu furado.

Saiu eu e o reprodutor pra ver, pneu no chão, completamente destruído.

Um parêntesis. Desde que resolvi mudar minha atividade profissional, resolvi fazer assinatura de revistas da área de business. São na verdade 4 assinaturas e compras avulsas que variam entre periódicos mensais, quinzenais e semanais. Após resolver me mudar de volta à casa paterna, tive que dar um jeito nas pilhas de papel e tinta que se acumulavam em playson's house. Tive pena de jogar fora, então resolvi colocar TODAS as revistas do ano passado no porta mala para entregar para alguma escola como doação de conhecimento.

Voltemos ao relato primário.

Abrimos o porta malas e iniciou-se um trabalho arqueológico de escavação para chegarmos no estepe, macaco e afins. Cada vez que jogávamos as revistas pro lado, um montolho voltava pra atrapalhar o limitado espaço que havia sido criado.

Tivemos que colocar as duas mil e trezentas revistas todas no banco do carona, o que só aumentou nosso prazer na vida.

Tiramos o estepe.

Tiramos o macaco.

Mas cadê, cadê, cadê a chave de rodas?

Sim, não tinha... fiz a burrice de comprar o carro sem conferir.

Interrompemos o tabalho de um taxista transeunte q gentilmente nos ajudou com a merda da chave.

Algum ser descedente de Hércules deve ter apertado a roda, pq até com minha quantidade de quilos em cima da diminuta alavanca, de nada adiantava.

Trocado o estepe, partimos atrás de borracheiro pra ajudar o pobre pneu avariado, pra descobrir que ele tinha sido simplesmente rasgado, o buraco tinha em sua formação geológica algum objeto dos infernos pra rasgar até a malha de aço do pneumático.

Fomos atrás de comprar um pneu... depois de rodar 2 supermercados resolvemos comprar logo 2 pneus pra fazer uma troca melhor, vai pra frente aquele, pra trás o outro, troca o estepe... fazia sentido o argumento do pai.

Pela graça da fada da boa sorte que se esqueceu de mim completamente por mts dias, ganhamos a troca grátis, a alguns km do Extra Boulevard ond realizamos a compra, no Extra Maracanã.

Chegamos lá, atendimento péssimo, 3º da fila. Meus pais que acompanhavam a saga desistiram da minha companhia azarada para se meterem em um taxi rumo ao lar...

Handel indicava a volta de Jesus, e eu ferrado no sono fui acordado pelo borracheiro que veio me dizer que comprei os pneus de tamanho errado...

Eu não consigo entender...

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Reflexões sobre um clip Gaga



daniel disse (00:53):
sinceramente, não sei se consigo. até onde pude entender é a história de uma vadia loira, feia e mal vestida com nome de velho caduco (gaga) que usa óculos feitos de guimbas de cigarro e é jogada numa prisão só de mulheres, lésbicas e sapatões, todas(os) tão feios e estranhos como ela. as guardas da prisão são transexuais bombadas.

daniel disse (00:55):
nesse meio tempo alguém fica ligando pra vadia e ela diz que tá ocupada. achei estranho pq ela tá presa, né? não tem muito o que fazer na prisão. enfim. depois tem um minicomercial da LG e ela faz uma coreografia mezzo epilepsia mezzo coréia de huntington com a população carcerária. mais um minicomercial da HP.
alguém paga a fiança dela. a picape que vai buscá-la na prisão é a pussy wagon do buck, do filme kill bill, mas pode ser de qualquer outro filme do tarantino já que sabemos que todos eles são uma história só. minicomercial da GM. quem pilota a pussy wagon é a beyonce, que é mulata, popozuda e vulgar. the bride/uma thurman é loira, esguia e elegante. talvez seja um contraponto, sei lá.

daniel disse (00:56):
fato é que quem fez a maquiagem dela foi um emo com agnosia cromática. após tudo isso, reclamar da incorreção política do papel do sanduíche jogado pela janela perde o sentido. elas param numa lanchonete de beira de estrada e a mulata vulgar coloca tinta de caneta no café do negão. a vadia loira dança na cozinha. os funcionários foram todos recrutados nos mais decadentes bailes do carnaval gay.
mais coreografia esquisita com os gays. é revelado que a tinta de caneta era veneno. a vadia loira faz panquecas envenenadas e dá pro negão que começa a passar mal. foi o veneno ou a combinação ovos/Karo/bacon? jamais saberemos. assim como é um mistério censurarem os palavrões num clipe dessa categoria. francamente.
os demais clientes da lanchonete começam a passar mal tb e morrem de olhos esbugalhados enquanto a loira e a morena, acompanhadas de todo o baixo meretrício da lapa, fazem uma coreografia bolada com carinho pelas crianças do instituto pestalozzi (foda-se o politicamente correto a essa altura do campeonato).

daniel disse (00:57):
o figurino é um pout pourri de todas as referências de estilo da década de 30, 40, 50, 60, 70, 80 e 90 e o século XXI, misturadas de modo randômico. a nota triste é que o cão foi envenenado tb. isso sim, é uma sacanagem. o crime vai parar nos jornais. a loira e a morena vestem fantasias renascentistas e são perseguidas pela sombra do helicóptero da polícia.
os créditos passam numa velocidade estonteante pq ninguém quer se comprometer. e, que deus tenha misericórdia de nós, parece que ainda não é o fim...
mas isso foi só o que eu pensei. pode não ser nada disso.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Últimos Suspiros em Ré Menor – Parte Final

- Deus quis que escutasse Sua própria voz. E assim fechou-me o mundano acesso aos timbres adventícios. Como esquecer este pecado! Um sentido que devia ser, em mim, mais perfeito que nos outros, um sentido que foi tão perfeito como poucos homens dedicados à mesma arte que eu possuíram!

Os arcos em nervosa movimentação libertam os suaves acordes primogênitos. Seu nervosismo aumenta enquanto sopros mostram às madeiras os passos de seu tímido debute. As hesitantes notas rapidamente cumprimentam o autor e em entusiástico desdobramento marcam a platéia com surdos ritmos percussionísticos.



- Sem notar Seus penosos caminhos, pouco faltou para que, por minhas próprias mãos, pusesse eu fim à minha existência.

A dança harmônica ora transmite a guerra travada naquele interior, ora rasteja anunciando a fulgurante resignação. Sua pulsação vívida, no entanto, marca a energia mouca do autor.



- Pareceu-me impossível, entretanto, deixar o mundo antes de haver produzido tudo o que eu sentia me haver sido confiado, e assim prolonguei esta vida infeliz. E com paciência esperei as parcas inclementes cortarem o fio de minha triste vida.

Barítono:
O Freunde, nicht diese Töne!
Sondern laßt uns angenehmere
anstimmen und freudenvollere.
Freude! Freude!


- E na escuridão abafada fui resgatado. A senhora escondida se revelou, trovejando minha alma. Aquecendo-me com sua voz, revelou-me o porvir. Olvidei por instante minha miséria e pude clamar aos Mensageiros que enviassem uma ode à musa que o mundo esqueceu.

Quarteto:
Wem der große Wurf
Eines Freundes Freund zu sein;
Wer ein holdes Weib errungen,

Mische seinen Jubel ein!
Ja, wer auch nur eine Seele

Sein nennt auf dem Erdenrund!




(Oh Amigos, mudemos de tom! Entoemos algo mais agradável E cheio de alegria!)

(Quem já conseguiu o maior tesouro De ser o amigo de um amigo, Quem já conquistou uma mulher amável Rejubile-se conosco! Sim, mesmo se alguém conquistar apenas uma alma, Uma única em todo o mundo.)


Coral:
Brüder, über'm
Muß ein lieber Vater wohnen.
Ihr stürzt nieder, Millionen?
Ahnest du den Schöpfer, Welt?
Such' ihn über'm Sternenzelt!
Über Sternen muß er wohnen.
Freude, schöner Götterfunken
Tochter aus Elysium,
Wir betreten feuertrunken,
Himmlische, dein Heiligthum!
Seid umschlungen, Millionen!
Diesen Kuß der ganzen Welt!




(Irmãos, além do céu estrelado Mora um Pai Amado. Milhões se deprimem diante Dele? Mundo, você percebe seu Criador? Procure-o mais acima do céu estrelado! Sobre as estrelas onde Ele mora.
Alegre, formosa centelha divina, Filha do Elíseo, Ébrios de fogo entramos Em teu santuário celeste! Abracem-se milhões! Enviem este beijo para todo o mundo!)


- A inquietude do néscio é paciência ao sábio. Enfim encontrei a Alegria...

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Parêntesis

Incrível como modismos acabam engolindo cada gota de empolgação efêmera produzida pelos meus poros...

Voltarei para terminar Últimos Suspiros em Ré Menor.

Prometo.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Últimos Suspiros em Ré Menor* – Parte 2

Os cascalhos abriam caminho para a carruagem que conduzia Ludwig van Beethoven. O contínuo balanço remexia suas lembranças. Uma vida marcada por sofrimentos, sonhos frustrados, isolamento e dor. A carregada fisionomia já não exibia os inconformismos da mocidade; havia se transformado num amargor resignado.

Por três décadas convivia com o progressivo mal que o impedia cada vez mais ouvir. Quisera o Destino que um paradoxo possuísse sua alma, outorgando à sua genialidade uma tarefa que a outrem não seria alcançada. Dar ao mundo imagens escritas em ritmos, melodias, harmonias como nunca havia existido. Já doze anos se passavam no completo silêncio.

- Todos experimentarão, sem dar-se conta, as poderosas notas ressonando nas delgadas cordas dos sentimentos. Os imperceptíveis dedos sinfônicos exalarão os sons da existência.

O carro atingia lentamente seu alvo. O imponente Kärntnertortheater reverenciava o mestre transbordando indivíduos que se espremiam aguardando sua chegada. Todos mais uma vez apreensivos para saber o que, desta vez, lhes reservava os sons da surdez.

- Absortos não compreenderão sua própria e exultante alegria que irromperá nos últimos compassos.

O cocheiro range o freio dando fim ao agitado trajeto. Pescoços estendidos saúdam o compositor procurando degraus de melhor visão. A curiosidade ignóbil, força motriz das massas, mobiliza a platéia para mais um banquete imerecido. Em instantes ocuparão seus poleiros grasnando futilidades de suas míseras vidas. Iletrados na sublime escola, desconhecem os ensinos que a natureza outorga aos que desejam ouvi-la. Aproveitadores ingratos das benesses da vida, não entendem a importância do dom que lhes foi concedido. Parasitas andantes, consomem seus preciosos tempos ao nada, impelidos por sua vontade inconsciente de voltar ao pré-início.

Um tipo pomposo cumprimenta entusiasticamente o mestre, e num arroubo medonho de insensibilidade começa a falar ignorando a severa expressão.

- O infeliz se consola quando encontra uma desgraça igual à sua.

Os músicos estão em sua absorta parafernália timpânica ajustando com rigor suas armas. Sequer notam o maior táctico até então conhecido cumprimentar em gestos tímidos a platéia que o saúda.

- Tendes-me como rancoroso, insociável e misantropo.

Seu lugar está reservado ao lado do maestro, que em seu nervosismo orgulhoso, deglute ares tensos. Lado a lado irão desfrutar as primeiras fragrâncias da orquestra, condutor e escultor. Aquele em pé com sua baqueta desenhará no imaginário as primeiras palavras de cada instrumento. O sentado se esforçará em ouvir de sua cadeira as vibrações de cada nota.

- Não há palavras que poderia vos descrever a asfixia ressecada destes ouvidos inválidos.

Chegada a hora, os arautos tomam seus lugares empunhando afinadamente seus aparelhos. A horda finalmente se torna completamente quieta. O presente tornar-se-á poesia versada no passado. Os últimos suspiros serão gritados ao mundo.


* Texto adaptado de um roteiro para história em quadrinhos.