segunda-feira, 30 de março de 2009

Porque você está vivendo num laboratório de emoções

Jaleco ajustado, luvas calçadas, óculos lacrados.

Tentativa número: sem contagem.

Pipeta trêmula em mãos protegidas da contaminação do viver.

Suor gelado atravessando campos conhecidos pelo fedor do medo; abafados pela proteção do não errar.

Pensamentos divagantes dançando à frente dos olhos dilatados pela preocupação; abortos de memórias esquecidas.

Controles aprovados, checagem conferida, probabilidades infalíveis; nervos puídos?

Paradoxos aditivando combustíveis escassos em motores rotos; movimentos enferrujados pela falta de sentir.

Gotas espremendo-se esperando o sinal de escapagem; esperanças contidas na negação.

Silenciam-se os zumbidos, desloca-se a vontade, despertam os músculos, executa-se a tentativa; polegar a favor do experimentar.

Espere. Como?

O piscar de seu posto emite o sinal de derrota. Aleatórias variações transeuntes desviaram objetos em seu caminho; quantificações incontáveis no vazio reduto do porquê.

Face rígida, mãos epiléticas, peito chiando às investidas de maria fumaças que assopram passado; sons encorpados na densidade do adeus.

Desajusta-se, descalça-se, deslacra-se.

Fim de
expediente.

3 comentários:

  1. Inicia-se mais um experimento! Quantificações incontáveis... curti isso aí e outras coisas.

    Obviamente não entendi tudo ainda, parece uma epístola de São Paulo pela alta densidade de informação. Voltarei para outras doses.

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  2. Olha q maravilha a sensibilidade do cientista!!!

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  3. os 'inteligentes' também amam.
    Lary

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