Beijar-te-ei
Tomar-te-ei nos flamejantes braços da luxúria.
Conquistar-te-ei com minhas heróicas fraquezas de sentimentos infantis.
Mostrar-te-ei o lânguido peito onde palpita um aspirante a coração.
Esperando estarei até que sua fronte repouse entregue sobre esta caixa de ardentes segredos.
Aguardando esperarei,
Desperto aguardarei,
Sofrendo despertarei.
Para então saber que o sofrível ato de ser movido pelas ondas raivosas dos sentimentos,
São revoltas revoltosas de um oceano inerte que pelo invisível se comove.
E a verdade é que o que não se vê, não se tem.
Inicia o fio de esperança seu curso venenoso do ventre do destino.
Saúdam aquelas ágeis patas a débil transparência, os cordões de uma pseudo-felicidade.
E em libertinos sonhos adentramos, incautos, fadados a seu gosto.
Guerreando pela libertação, pensamentos de tom esmeralda tentam em vão combater a desventura anunciada.
Esvai-se a pretensão à vida.
As quelíceras do porvir devoram nossa carne.