sexta-feira, 15 de abril de 2011

Octópode desilusão


















Morder-te-ei

Beijar-te-ei

Tomar-te-ei nos flamejantes braços da luxúria.


Conquistar-te-ei com minhas heróicas fraquezas de sentimentos infantis.

Mostrar-te-ei o lânguido peito onde palpita um aspirante a coração.

Esperando estarei até que sua fronte repouse entregue sobre esta caixa de ardentes segredos.


Aguardando esperarei,

Desperto aguardarei,

Sofrendo despertarei.


Para então saber que o sofrível ato de ser movido pelas ondas raivosas dos sentimentos,

São revoltas revoltosas de um oceano inerte que pelo invisível se comove.

E a verdade é que o que não se vê, não se tem.


Inicia o fio de esperança seu curso venenoso do ventre do destino.

Saúdam aquelas ágeis patas a débil transparência, os cordões de uma pseudo-felicidade.

E em libertinos sonhos adentramos, incautos, fadados a seu gosto.

Guerreando pela libertação, pensamentos de tom esmeralda tentam em vão combater a desventura anunciada.

Esvai-se a pretensão à vida.

As quelíceras do porvir devoram nossa carne.

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